Resenha - O Último Ancestral
- Angers Moorse
- 9 de ago.
- 3 min de leitura
Salve salve, aventureiros e aventureiras de Atlântida!
Voltando à minha zona de conforto literária, trago hoje a resenha de um livro incrível misturando raízes africanas, ação policial, futurismo, ficção científica e Inteligência Artificial. É o livro O Último Ancestral, da fera Ale Santos (@savagefiction).
Então, sem mais delongas, vamos à resenha!

Livro: O Último Ancestral
Autor: Ale Santos (@savagefiction)
Editora: Harper Collins Brasil
N de páginas: 343
Tridentes: 🔱🔱🔱🔱🔱
📑 Sinopse: “Localizada na periferia do Distrito de Nagast, num futuro ultratecnológico, fica Obambo, a favela para onde quase toda a população negra foi exilada quando os Cygens — híbridos de homens e máquinas — tomaram o poder, estabelecendo uma forte política de segregação racial e proibindo o uso da magia, a propagação da fé e o culto aos deuses.
É lá que mora Eliah, um jovem que busca no esquema de roubo de carros uma vida melhor para si e para sua irmã, Hanna, uma adolescente autodidata em linguagens eletrônicas. Porém, ele vê sua vida mudar completamente ao descobrir que carrega em si o espírito do Último Ancestral, entidade poderosa capaz de salvar os obambos.
Agora, com a ajuda de Hanna e outros aliados importantes, Eliah precisa usar seus poderes ancestrais para lutar por seu povo. O que ele não sabe é que uma ameaça ainda maior está à espreita.
Em O último ancestral, o ativista Ale Santos reinventa o Brasil num futuro distópico e traça um paralelo com a realidade do país com referências às favelas, a religiões diversas e ao Carnaval e questões sociais, como segregação racial a racismo estrutural.”
🕵🏻♂️ Análise: “A sobrevivência é uma arte ancestral adormecida em sua alma”. É nessa vibe que essa pedrada vai do início ao fim, mergulhando o leitor em um mar de sensações, experiências e referências. Uma trama afrofuturista repleta de ação, emoção, cenas icônicas e muita tecnologia.
Já inicio falando dos principais personagens, um show à parte tanto na estética quanto no desenvolvimento de arco. Eliah possui uma energia que me fez lembrar um pouco o personagem Miguel (O Doutrinador), com forte conexão com sua irmã Hanna, uma expert em tecnologia e sobrevivência.
Além deles, temos personagens como Moss, a Oráculo de Nagast, remetendo um pouco ao personagem Morpheus (Matrix). Extremamente complexa e repleta de traumas e experiências passadas, é portadora de um conhecimento ancestral e vê em Eliah sua esperança. E também Zero, o famoso “Duas-Caras”, pois não dá para saber de qual lado ele joga na real. Embora ele deixe claras muitas de suas intenções, ainda assim é uma baita incógnita na trama.
Há vários outros personagens muito bem construídos na trama, com seus momentos de brilhantismo e importância. Porém, esses quatro personagens são o verdadeiro Quarteto Fantástico do livro. E minha favorita é a Hanna, disparado.
Sobre os cenários e locais, todos muitíssimo bem construídos e com uma sensação incrível de imersão em cada ambientação. É como se você estivesse lá, vendo tudo acontecer em tempo real. E sem exageros entre diálogos e descrições, tudo muito bem equilibrado e dinâmico.
Outro ponto muito interessante é o vocabulário e linguajar utilizado nos diálogos e interações. Deixa tudo muito mais real e direto, tornando mais profunda e densa a trama e as conexões entre os personagens.
A trama em si foi um espetáculo visual e criativo. Em vários momentos, me conectou a obras como Tropa de Elite, Blade Runner, O Doutrinador, Matrix, Máquinas Mortais e Cidade de Deus, entre outras. Não foi apenas uma leitura, foi uma aula de História e Cultura.
Já na parte visual, o mapa ajudou muito a entender alguns dos cenários, além de algumas ilustrações belíssimas. Outro ponto de elogio é em relação à capa e contracapa, amei a escolha da paleta de cores para ambas.
Em resumo, eis uma mistura que jamais imaginei ler, mas que me surpreendeu e conquistou de várias maneiras. E ainda deixou uma enorme brecha para eventuais continuações. Já fico pensando nessa obra adaptada para as telonas… seria insanidade pura do início ao fim! Minha nota? 10, sem pensar meia vez!
Vamos valorizar um pouco mais a literatura nacional, pessoal? Em breve, uma nova resenha de livro, filme ou série chegando para vocês! Respire fundo e voe alto!
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