RESENHA PANTERA NEGRA: WAKANDA FOREVER - SEM SPOILERS
- Angers Moorse
- 11 de dez. de 2022
- 4 min de leitura

Salve salve, aventureiros e aventureiras de Atlântida!
Ontem (09/11), fui ao cinema conferir o tão hypado e aguardado Pantera Negra: Wakanda Forever, continuação do longa protagonizado pelo eterno Chadwick Boseman. Como de praxe, trarei apenas considerações técnicas e minhas impressões sobre o filme em si, sem entrar em maiores detalhes, a ser analisadas na resenha da próxima semana (COM SPOILERS). Portanto, chega de papo e vamos ao que interessa!
A inesperada e trágica morte de Chadwick comoveu o mundo e pegou todo mundo de surpresa, incluindo todos os atores e atrizes do MCU e o próprio Kevin Feige. Lutando desde 2016 (ano em que estreou como Pantera Negra) contra um câncer, o ator manteve o fato escondido de todos e restrito apenas aos familiares e continuou a trabalhar normalmente, realizando seu tratamento e sessões de quimioterapia durante as pausas nas filmagens.
Só esse fato já seria suficiente para quebrar muito do planejamento da produção do filme, mas não foi apenas isso. Chadwick já havia lido e aprovado todo o roteiro semanas antes de sua morte e, segundo fontes, Doutor Destino seria o vilão do longa e a trama seria bem diferente. Com seu falecimento, todo o roteiro precisou ser reescrito e adaptado para uma nova perspectiva, de forma a achar coerência e prestar uma merecida homenagem.
E o filme entregou perfeitamente o que prometeu, uma homenagem digna e justa a um dos atores mais queridos do MCU. Os primeiros minutos do filme arrancaram aplausos, lágrimas e suspiros de todos no cinema, em uma sequência belíssima de cenas. Cenários, fotografia, iluminação, efeitos especiais, figurino e trilha sonora impecáveis, de tirar o fôlego e que proporcionaram uma experiência altamente imersiva.
Sobre as atuações, Riri Williams (Dominique Thorne) mandou bem, mas não o suficiente para me conquistar. Valentina Allegra de Fontaine (Julia Louis-Dreyfus) foi outra que agregou, mas não tanto assim. Namora (Mabel Cadena), W’Kabi (Daniel Kaluuya), Aneka (Michaela Coel), Jabbari (Jarrell Pyro Johnson), Nakia (Lupita Nyong’o), M’Baku (Winston Duke) e Ayo (Florence Kasumba) foram o lado viril e poderoso do elenco, principalmente nas cenas das batalhas. Aliás, esse foi outro ponto forte do filme, com cenas eletrizantes e bem agitadas.
Okoye (Danai Gurira) foi perfeita o tempo todo, trazendo o lado forte das Dora Milaje com algumas doses inesperadas de humor e sarcasmo, que ficaram ótimas. Shuri (Letitia Wright) foi bem, embora tenha a achado um pouco chatinha em alguns momentos, porém brilhante em outros. Agora, se tem dois personagens que me conquistaram pra valer nesse filme foram a Rainha Ramonda (Angela Bassett) e Namor (Tenoch Huerta). Ela, pelo pulso firme e dedicação para proteger Wakanda, Shuri e Riri após a morte de T’Challa. E ele, por trazer muita humanidade, força e inteligência como líder de Talocan.
Aliás, outra coisa que me surpreendeu positivamente foi a forma como mudaram de Atlântida para Talocan, adaptando a cultura asteca e as origens do próprio Namor. O visual dos talocanianos remeteu a um misto de Avatar com Piratas do Caribe, o que achei incrível. E a ambientação do Reino de Talocan ficou surreal de linda! Contrariando o que boa parte das pessoas disseram, não ficou ridículo e deu até maior humanidade ao personagem e seu povo, ainda mais que trouxeram um background histórico junto. E mais, seria massa ver um filme solo ou série sobre o próprio Namor.
Porém, como nem tudo são flores, o filme não é perfeito e tem alguns pequenos defeitos. Um deles é que sempre tem alguém ressaltando a importância de T’Challa para Wakanda e sua falta para o mundo. Achei um pouco desnecessário isso, embora não comprometa tanto.
Outro ponto que me incomodou um pouco é que algumas soluções vieram rápido demais enquanto algumas conversas acabaram se prolongando por muito mais tempo que o necessário. Normalmente, reclamamos de os últimos filmes serem mais curtos e não se aprofundarem tanto. Todavia, as 2:40h do filme poderiam ter vinte minutos a menos que não comprometeriam o resultado.
E mais, poderiam ter usado esse tempo para mostrar um pouco do treinamento de Shuri antes de assumir sua nova responsabilidade perante Wakanda… isso se conecta ao que falei de soluções muito rápidas, pois não vemos sua preparação para assumir o legado de T’Challa. Sem mais nem menos, uma expert em tecnologia vira mestre das artes marciais… no mínimo, ficou estranho isso aí.
Resumo: Pantera Negra: Wakanda Forever foi um filme incrível e repleto de ação, emoção e visuais arrebatadores. Mesmo com roteiro coeso, não ficou imune a algumas falhas que, na somatória final, prejudicou, mas não comprometeu. Não foi o melhor filme da Fase 4 do MCU (para mim, foi Eternos) e nem foi o melhor filme de 2022 (na minha opinião, foi A Mulher Rei), mas foi o melhor filme da Marvel neste ano, disparado.
Ah, o filme tem apenas uma cena pós-créditos logo após os primeiros créditos finais, abrindo possibilidades muito interessantes para o futuro de Wakanda e do legado do Pantera Negra dentro do MCU (falaremos mais sobre isso na resenha COM SPOILERS). Um filme que honra seu antecessor e nos deixa esperançosos pelo que virá à frente. Se você ainda não viu, vai sem medo porque o filme vale o ingresso, com certeza!
Na próxima semana, trarei a resenha COM SPOILERS e, aí sim, vamos destrinchar tudo o que rolou, as conexões, tretas, referências e easter-eggs, além das possibilidades abertas durante o longa e a partir da cena pós-crédito. Respire fundo e voe alto!
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