RESENHA THE LAST OF US - SEASON 1

Salve salve, aventureiros e aventureiras de Atlântida!

Uma das séries mais hypadas e aguardadas pelos fãs dos games teve seu desfecho da primeira temporada no último domingo. The Last Of Us tornou-se um marco no streaming e deixou um modelo muito definido de como adaptar games para as telas. Com incríveis 96% de aprovação pela crítica e 89% pelo público, a série tornou-se a queridinha da galera.

Mas mesmo com tanta aprovação, não passou ilesa por algumas críticas ácidas, principalmente em relação aos episódios 3 (Long, Long Time) e 7 (Left Behind), por serem considerados episódios “lacradores”. Porém, a coisa não é bem assim e falaremos mais sobre esses dois episódios em particular mais à frente. Por ora, vamos focar na série como um todo.

Com produção de Greg Spence e Cecil O'Connor, produção executiva por Craig Mazin, Neil Druckmann, Carolyn Strauss, Rose Lam, Evan Wells, Asad Qizilbash e Carter Swan, edição sob a responsabilidade de Timothy A. Good, Mark Hartzell e Emily Mendez e roteiro a cargo de Craig Mazin e Neil Druckmann, a série dá show do início ao fim, com construção sólida tanto de história quanto de personagens principais e secundários.

E o que dizer sobre a incrível trilha sonora da série? Gustavo Santaolalla e David Fleming mandaram muito bem nas músicas, seja nos momentos de drama seja nos momentos de ação, o que ajuda muito a criar aquele clímax gostoso e tenso durante os episódios. Cenários, iluminação, fotografia, figurino e maquiagem também estão impecáveis e arrasam até mesmo nos mínimos detalhes.

Falando um pouco sobre os personagens, a escolha de Bella Ramsey para o papel de Ellie pode até ter sido contestada por alguns antes da série começar, mas ela deu um “shut up” de categoria. Atuação impecável, magnífica e digna de todos os Oscars possíveis! Mandou bem demais em todos os momentos, com destaque nos episódios 7 e 8 (When We Are in Need) ... galera, a menina arrebentou no penúltimo episódio (o meu favorito da série)!

E nem precisamos falar nada sobre Pedro Pascal como Joel… mais uma vez, nosso Mandaloriano destruiu! Atuações viscerais, pesadas, por vezes com certo humor e algumas com aquele ar de paizão em sua relação com Ellie, o que nos faz amar o personagem. E mais, ele simplesmente arregaçou no último episódio (Look for the Light), bem ao estilo Chuck Norris em Mercenários 3… foi surreal!

Quanto aos personagens secundários, foram todos muito bem construídos, com destaques para a dupla Bill & Frank (interpretados por Nick Offerman e Murray Bartlett, respectivamente), Riley Abel (Storm Reid), Henry e Sam (Lamar Johnson e Keivonn Woodard), Marlene (Merle Dandridge) e o Reverendo David (Scott Shepherd).

E as conexões com a franquia dos games? Certamente, foi a parte que mais assombrou e encantou os fãs. Diálogos e cenas praticamente idênticos aos dos games na série, como a das girafas no episódio 9, a das “páginas colantes” no episódio 3, o livro de piadas de Ellie e inúmeros diálogos entre Joel e Ellie.

Contudo, o pulo do gato da série foi a de melhorar algumas partes em relação aos jogos e introduzir novos elementos, dando maior aprofundamento e até explicando vários detalhes que ficaram perdidos nos games. Preciso dizer que algumas das mudanças ficaram infinitamente superiores na série que nos próprios jogos.

Todavia, como nem tudo são flores, alguns espinhos e críticas sempre aparecem. Lembra quando falei sobre as polêmicas envolvendo os episódios 3 e 7? Bem, vamos a elas agora. No episódio 3, vemos a relação entre Bill e Frank, uma relação repleta de amor e carinho entre os dois. Desde o inesperado encontro, passando pelo beijo, a cena de sexo e o último jantar, tudo foi extremamente bem construído. E a polêmica? Justamente pelo fato da relação homoafetiva entre eles e o final totalmente diferente dos games.

No jogo, Frank some e rouba vários objetos de Bill, incluindo a bateria do carro, fazendo Bill ficar irritado. Mais tarde, Frank é infectado e acaba se matando, deixando uma carta para Bill e dizendo que o odiava. Porém, na série os dois morrem juntos e Joel e Ellie encontram uma carta de despedida falando do amor entre eles, motivo pelo qual vários fãs criticaram o episódio. Da minha parte, apesar de um pouco deslocado demais, achei muito bom e não vi nenhum problema em relação à mudança dos personagens.

Falando sobre o episódio 7, vemos a relação entre Ellie e Riley e seu passeio a um shopping abandonado… ou quase abandonado. Mais uma vez, a crítica dos fãs foi em relação a relação homoafetiva entre as personagens, incluindo a cena do beijo. No jogo, Ellie esconde Joel no shopping e busca um kit de primeiros socorros, evitando os infectados e colocando um grupo de bandidos entre si e os infectados para escapar e salvar Joel. Na série, essa cena é cortada e vemos um flashback de Ellie e Riley e o passeio no shopping.

Descobrimos que Riley é uma Vagalume e está para ser transferida de cidade, desejando ver Ellie uma última vez. E é nesse ambiente que rola o beijo entre elas, provocando a ira dos fãs. No final das contas, Ellie enfrenta alguns infectados, Riley é contaminada e Ellie precisa matar sua melhor amiga. Sinceramente, achei o episódio incrível e amei a Riley! E não senti ser um episódio tão deslocado assim, como foi o terceiro.

Minha única ressalva em relação à série como um todo foi que ficou faltando mais infectados principalmente nos dois últimos episódios. Teria sido incrível mais cenas de ação envolvendo Joel, Ellie, David e Marlene enfrentando as criaturas. Por outro lado, a aparição da horda de infectados e daquele Baiacu no episódio 5 (Endure and Survive) foi épica, visceral, sanguinária, assustadora e arrepiante, com direito a cabeça arrancada! De longe, o mais assustador de todos os episódios!

Em resumo, achei a série fantástica, um verdadeiro show de adaptação de um game para série. E se eu senti falta de mais infectados, os produtores prometeram aumentar a quantidade (e a qualidade) para a Season 2… já estou no hype! Quem ainda não viu The Last Of Us, só veja… e para quem curte um bom game, hora de tirar o pó do joystick!

E você, o que achou da série? Qual seu personagem favorito? E quem você gostaria de ver na próxima temporada? Deixe nos comentários. Em breve, novas resenhas chegando, então fique ligadinho por aqui! Respire fundo e voe alto!