RESENHA SANDMAN - SEASON 1
- Angers Moorse
- 11 de dez. de 2022
- 4 min de leitura

Salve salve, aventureiros e aventureiras de Atlântida!
Ontem à noite consegui (finalmente!) terminar a série Sandman e, conforme prometido, trago para vocês minha resenha sobre ela, destacando os pontos positivos e negativos, os episódios que mais gostei e as perspectivas para a próxima temporada. Então, vem comigo!
De início, preciso destacar o aspecto visual da série, simplesmente impecável. Iluminação, fotografia, figurino, maquiagem, enfim, não tenho uma reclamação sequer. Aliás, estão tão boas quanto ou melhor que as próprias HQs em alguns pontos. As diferenças entre mundo real e imaginário ficam muito perceptíveis na maioria das cenas, embora alguns efeitos tenham derrapado em certos momentos… mas foi pouca coisa.
Para quem não conhece a trama da série, um ritual de magia é invocado para aprisionar a Morte, concedendo sua liberdade em troca de poder e imortalidade. Contudo, algo dá errado e quem é capturado é Sonho, outro dos Perpétuos, criaturas imortais que comandam o mundo da Existência. Além de Sonho e Morte, ainda existem Destino, Desejo, Delírio, Destruição e Desespero. 106 anos depois, Sonho é libertado e tenta reorganizar as coisas no reino do Sonhar, enquanto Coríntio, uma de suas criações, acaba tocando o terror em todo o planeta. Nesta primeira temporada, são adaptados os arcos “Prelúdios e Noturnos”, “A Casa de Bonecas” e nos dois primeiros contos de “Terra dos Sonhos”.
O primeiro aspecto interessante é a doença do sono, afetando mais de 500 mil pessoas e, da mesma forma misteriosa como apareceu, sumiu. E se você acha que é mera ficção, saiba que ela realmente existiu. A doença começou a ter seus primeiros casos em 1915, com sintomas como tosse, dor de cabeça, cansaço e estado de letargia. Então, não havia reação da pessoa, mesmo ciente do que acontece ao seu redor. Perda de noção do tempo, alucinações, sonhos e pesadelos eram outras complicações sequenciais. em alguns casos, a pessoa dormia por anos ou, quando as funções respiratórias não mais respondiam, ela morria logo.
Conhecida como Encefalite Letárgica, a doença era contagiosa só que de forma aleatória. Ou seja, em alguns casos as pessoas da família se contaminavam e em outros, não. Embora muitos estudos tivessem sido realizados e inúmeras experiências testadas, nada surtia efeito, e assim foi entre 1915 e 1926 quando, sem maiores explicações, ela desapareceu. Milhões de pessoas foram contaminadas e, segundo consta, mais de 500 mil mortes foram confirmadas por conta da doença que, até hoje, é um dos maiores mistérios da ciência. explicações feitas, preciso dizer que a forma como a série entrou no assunto foi brilhante e magistral!
Entre os personagens, Morpheus/Sonho/Sandman (Tom Sturridge) foi brilhante no papel. Seu ar gótico e de poucas risadas trouxeram a seriedade e imponência que o personagem exigia. Johanna Constantine também foi muito bem e me encantou em cada participação sua, embora tenha achado que faltou um quê mais malvado nela. Lyta Hall (Razane Jammal) é simplesmente apaixonante! Meus maiores sofrimentos foram com ela, principalmente durante a gravidez… chorei muito em algumas cenas.
Rose Walker (Kyo Ra) foi outra do elenco que deu show de interpretação, ao lado de Morte (Kirby Howell-Baptiste), Doutor Destino (David Thewlis) e Miranda Walker (Andi Osho). No geral, o elenco foi simplesmente brilhante e perfeitamente escolhido para seus respectivos papéis. Agora, quem roubou a cena foram Lúcifer (Gwendoline Christie), Desejo (Mason Alexander Park) e Lucienne (Vivienne Acheampong), além de Gilbert (Stephen Fry) e do antagonista Coríntio (Boyd Holbrook). E um destaque extra para o dublador de Gilbert (Luiz Carlos Persy), o mesmo do personagem V do filme V de Vingança… a voz é poderosa e inconfundível!
Falando um pouco sobre o Coríntio, poucos antagonistas me chamaram tanto a atenção quanto ele. E não só pelo charme, elegância e ar de sedução do personagem, mas também pela frieza, sarcasmo e poder de manipulação. Na minha lista de antagonistas marcantes, com certeza já coloquei ele no Top5… o ator mandou bem demais no papel!
Sobre meus episódios favoritos, destaco os episódios 4 (Uma esperança no inferno), 5 (Sem parar) e 6 (O som de suas asas), e por razões bem distintas. No episódio 4, Morpheus dá uma “jantada” no capricho em Lúcifer, em cenas de ação eletrizantes e um duelo sobre trevas e luz que nos faz pensar muita coisa. Para mim, a melhor cena da série inteira!
Sobre o episódio 5, foi um dos mais sanguinários, tensos e aterrorizantes da série, onde John manipula todo mundo dentro da lanchonete, parando apenas com a chegada de Morpheus. Em termos de ação, foi o melhor episódio. E sobre o episódio 6, foi o melhor em termos de drama, emoção e lágrimas, principalmente por tratar da morte e de como a enfrentaremos quando chegar nosso momento. Nunca chorei tanto em um episódio quanto nesse, principalmente pelo fato de ter perdido neste ano alguém que amava muito. Só quem passa por isso sabe o quanto dói.
Como nem tudo são flores, alguns aspectos negativos da série me incomodaram um pouco. A falta de ritmo em alguns momentos, alguns personagens extremamente chatos e o episódio final (Sonho de mil gatos/Calíope) que, na minha opinião, ficou bem monótono e deu uma quebra absurda de ritmo em relação ao episódio anterior. Para mim, se a série tivesse se encerrado no episódio 10 (Corações perdidos), teria sido um final épico para a temporada. Porém, a Season Finale me jogou um balde de água congelada.
Ainda assim, a expectativa para a Season 2 ficou muito alta, principalmente em relação ao final dos episódios 4 e 10, indicando que muita treta pesada vai rolar no futuro. e teremos a introdução de novos Perpétuos, como Delírio, Destino e Destruição, além de adaptar os arcos “Estação das Brumas”, “Um Jogo de Você” e os contos finais de “Terra dos Sonhos”. A expectativa é para que a nova temporada seja lançada apenas em 2024 ou 2025.
No geral, a série foi maravilhosa, ainda mais pela presença do próprio Neil Gaiman na produção, tornando-a muito mais fiel às HQs, mesmo com algumas alterações que melhoraram ainda mais o resultado. Embora com alguns episódios um pouco arrastados e uma Season Finale meio bizarra, teve muito mais acertos que erros. No geral, uma nota 9/10 para ela!
E você, o que achou da série? E qual seu Perpétuo favorito? Deixe nos comentários. Em breve, novas resenhas chegando, então fique ligadinho por aqui! Respire fundo e voe alto!
Comentários