
RESENHA HIS DARK MATERIALS - SEASON FINALE
- Angers Moorse
- 8 de fev. de 2023
- 4 min de leitura
Salve salve, aventureiros e aventureiras de Atlântida!
2022 já é passado, mas deixou para nós algumas coisas boas para trazer em 2023 e uma delas foi o encerramento da série His Dark Materials, derivada da trilogia Fronteiras do Universo, do escritor Philip Pullman. Cada livro inspirou uma temporada, sendo a primeira A Bússola de Ouro, a segunda A Faca Sutil e a última A Luneta Âmbar.
Quem me conhece sabe que tenho paixão por obras de aventura, fantasia e ficção científica e a série foi uma das que mais conquistaram meu coração, não só pela história e por apagar o fiasco do filme de 2007, mas por apresentar maior comprometimento com a atmosfera dos livros e suas temáticas um tanto quanto controversas e que renderam duras críticas até mesmo do Vaticano.
Se você não conhece a obra, a história gira em torno da jovem órfã Lyra Belacqua (Dafne Keen), de 11 anos, e de seu daemon Pantalaimon (Kit Connor). Os daemons (ou dimons) são manifestações físicas em forma de animal da alma de um humano. Quando o humano morre, seu daemon desaparece e quando um daemon é morto, seu humano também morre.
Além disso, temos a questão do “Pó”, objeto de desejo, controvérsias e poder que envolve o Magistério, o controverso Lorde Asriel (James McAvoy) e a manipuladora Marisa Coulter (Ruth Wilson), entre outras figuras misteriosas e perigosas que alternam poder entre as três temporadas.
Em uma aventura que traz a existência de realidades paralelas, Lyra embarca em uma imensa aventura junto de seu grande amigo Roger Parslow (Lewin Lloyd), que é morto no final da primeira temporada. Contudo, Will (Amir Wilson) é o divisor de águas na vida de Lyra e os dois continuam com a jornada, buscando respostas e três relíquias muito desejadas, que são justamente o aletiômetro (ou bússola) que sempre responde a verdade, a faca de dois gumes que pode abrir rasgos entre as realidades e cortar qualquer material físico e a luneta que permite enxergar o pó.
No meio desta aventura, alguns personagens ganham destaque principalmente na segunda e terceira temporadas, como o balonista Lee Scoresby (Lin Manuel-Miranda), o urso de armadura Iorek Byrnison (Joe Tandberg), o macaco dourado (daemon da Srta. Coulter), a feiticeira Serafina Pekkala (Ruta Gedmintas) e a cientista Dra. Mary Malone (Simone Kirby). Além disso, uma infinidade de criaturas mágicas dá vida, movimento e cores à série.
Um dos episódios da terceira temporada em especial foi meu favorito, que é o episódio 4 (Lyra e sua morte) ... esse pegou pesado comigo e me fez chorar demais, principalmente por tratar sobre a morte e como a encaramos. Aliás, foi uma baita reflexão para nossas vidas e o que estamos fazendo com ela. E o último episódio foi para acabar de vez com meu coração… deu vontade de abraçar Lyra e Will e guardar os dois num potinho de tão fofos que foram nesse episódio!
Embora Lyra tenha sido o centro da série, não foi a minha personagem favorita. Na primeira temporada, achei ela muito chata e teve grande evolução a partir da Season 2, quando começa a se envolver com Will. Sem medo de errar, a Sra. Coulter roubou a cena em todas as vezes que apareceu… que mulher é essa! Só fiquei apaixonado por alguém assim em séries com a Regina/Evil Queen (Lana Parrilla) em Once Upon a Time. Amigos, a Ruth Wilson é fantástica e mostrou isso em todos os episódios da série!
Gostei bastante do Iorek e do Lee, embora não tenham aparecido tanto. O pessoal do Magistério foi muito bem também, dando a vilania necessária à série, além dos anjos e alguns antagonistas da Season Finale. Sobre Lorde Asriel, sinceramente fiquei a série toda tentando entender de que lado ele estava na treta e acabei saindo sem uma posição definitiva.
A coisa que mais me deixou frustrado na terceira e última temporada foi em relação à luneta… cadê ela? Só mostraram um pedaço de vidro âmbar feito pela Dra. Malone para enxergar o pó. Poderiam ter caprichado um pouco mais nesse detalhe, concordam? Muitos acontecimentos dos livros acabaram sendo alterados ou ficando de fora, seja por escolhas do Showrunner e roteiristas, seja pelas limitações impostas pelo estúdio e por conta da pandemia.
Para ser justo, a intenção de Jack Thorne era estender a série para não apenas três, mas várias temporadas, possibilitando ampliar ainda mais o universo contido nos livros. Só para vocês terem uma ideia, praticamente metade do terceiro livro acabou ficando de fora, sem contar detalhes e personagens dos dois livros anteriores.
Nem preciso dizer sobre o espetáculo visual que foi a série, deram um verdadeiro show nesse quesito! A trilha sonora também foi intensa e forte, dando o clímax certo no momento certo. No fim das contas, a série conseguiu nos entregar muita aventura, emoção, ótimas cenas, diálogos muito reflexivos e um final pra lá de emocionante.
É uma pena que teve muita coisa atrapalhando o projeto e não o permitiu de ser estendido. Não somente pela pandemia, restrições orçamentárias e baixa visibilidade no streaming, mas também por algumas decisões equivocadas de Thorne em relação ao roteiro. Mesmo assim, His Dark Materials ganhou espaço no meu coração e merece ser assistida por quem ainda não viu. Minha nota? Entre 8,5/9,0, com muita felicidade e amor no coração!
E você, o que achou da série? Qual sua opinião sobre o Pó? Lembra de algum detalhe dos livros que não apareceu na série? Deixe nos comentários. Em breve, novas resenhas chegando, então fique ligadinho por aqui! Respire fundo e voe alto!
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